Foto: acervo Da Tribu
Em outubro, a cidade de Belém, capital do Pará, sediou o Fórum Mundial de Bioeconomia, que pela primeira vez foi realizado fora da Europa.
A agenda do evento foi definida em quatro eixos temáticos: bioeconomia, líderes globais e o mundo financeiro, bioprodutos ao nosso redor e um olhar para o futuro.
Lideranças, especialistas e executivos de grandes empresas, do Brasil e do exterior, estiveram presentes, envolvidos no debate sobre caminhos para o desenvolvimento da bioeconomia.
Participaram do evento três negócios já acelerados e integrantes portfólio da AMAZ: Manioca, Peabiru Produtos da Floresta e Da Tribu – que integrou um painel do Fórum de Negócios da Sociobiodiversidade da Amazônia, promovido pelo Ateliê de Negócios Transformadores da Amazônia (ATENTA) com o governo do Pará e apoio do Impacta Mais.
O evento, que integrou a programação do Fórum Mundial da Biodiversidade, promoveu seis painéis de discussão, contemplando as cadeias do açaí, cacau, oleaginosas, design, artesanato, biocosméticos, fármacos, gastronomia e moda.
“O Fórum tem a importância de nos possibilitar discutir e olhar especificamente para essa bioeconomia que é feita na Amazônia. Que é diferente. Estamos em um país de vários abismos sociais, e a bioeconomia olha para o desenvolvimento socioambiental, não só para o meio ambiente”, avalia Tainah Fagundes, diretora criativa da Da Tribu.
Durante o Fórum, foi realizada também uma feira reunindo negócios e iniciativas da bioeconomia, na qual a Da Tribu participou com um estande com acessórios de moda e biomateriais. “A feira realizada foi um sucesso, trouxe reconhecimento local, nacional e internacional, boas vendas, admiração à qualidade do nosso produto e do nosso fazer. Tivemos boas vendas no varejo e articulações para venda de biomateriais.”
A diretora criativa da Da Tribu destaca ainda a expectativa de reverberações a partir do Fórum, como o espaço de diálogo com o governo estadual e os contatos realizados durante o evento.

Conhecendo novos negócios e expectativas de mais investimento
A Manioca participou da feira com estande próprio, apresentando seus produtos da gastronomia amazônica, e destaca a oportunidade de conhecer novos negócios da bioeconomia.
“Participar da feira foi muito bom porque nos colocou do lado de empreendimentos que ainda não conhecíamos, de outras regiões do Pará ou da Amazônia. Novas organizações e novos produtos que também nos inspiram e que de alguma maneira nos ajudam a fazer o nosso trabalho, porque aumenta o coro, a quantidade de pessoas e empresas que estão falando sobre o mesmo tema e ajudam o consumidor e o público em geral a perceberem a bioeconomia”, avalia Paulo Reis, sócio-diretor da Manioca.
A participação marcou também o retorno da Manioca às feiras presenciais, praticamente suspensas desde o início da pandemia.
Outro ponto positivo destacado por Paulo em relação ao Fórum foi o posicionamento de que o estado do Pará está assumindo a bioeconomia como proposta de desenvolvimento da região.
“Foi muito bom ter recebido o Fórum em nossa cidade. Belém e Manaus são símbolos da bioeconomia, porque são as cidades centrais da Amazônia. Então é muito bom que tenhamos trazido essa discussão para perto da gente. Ficamos com a expectativa de que o tema vai começar a ferver mais, de que o estado vai começar a olhar mais para esse tema, com possibilidade maior de apoios. De repente vamos ter mais feiras, fóruns, discussões, e atraindo mais atenção para isso naturalmente o nosso próprio trabalho vai atrair também mais olhares.”



Mariana Faro, coordenadora de comunicação da Peabiru Produtos da Floresta, destaca a participação na feira do Fórum como significativa para a empresa e seu propósito de conectar a produção de povos e comunidades tradicionais da Amazônia com consumidores que buscam apoiar a conservação da floresta e ter em casa produtos de alta qualidade. “Em três dias intensos, encontramos parceiros, fizemos conexões e apresentamos para novos públicos os produtos e processos que tornam possíveis as cadeias de valor baseadas na sociobiodiversidade. A realização do evento em Belém, sendo esta a primeira vez fora da Europa, nos traz a oportunidade de, através dos produtos e suas histórias, dialogar sobre a centralidade da Amazônia e dos modos de saber e fazer das populações locais para o tema da bioeconomia.”



De Mendes é reconhecida como startup do ano pelo Fórum Mundial de Bioeconomia
A empresa Chocolates De Mendes venceu o prêmio “Startup do Ano” no Fórum Mundial de Bioeconomia. O Comitê Consultivo do evento levou em consideração o impacto da companhia para a bioeconomia circular e para as mudanças climáticas.
A Chocolates De Mendes atua com populações tradicionais da Amazônia, em sintonia com seus valores. Elas são parceiras e fornecedoras das amêndoas de cacau e cupuaçu nativos, utilizadas na fabricação de chocolates e cupulates.
“É essa riqueza de cultura, de conhecimento ancestral e de história que as nossas barras carregam e querem contar. A De Mendes tem um anseio e um sentimento de urgência para contribuir com a qualidade de vida das pessoas, a preservação da cultura e a identidade dos povos que vivem na Amazônia, assim como para manter a floresta em pé, crucial para o equilíbrio climático do nosso planeta”, afirma o chocolatier César De Mendes.