Naturaltech - 09_06_22_ Amazonia em casa, floresta em pé-281

Negócios amazônicos se destacam na Naturaltech

Foto: Divulgação/Amazônia em casa Floresta em pé

De 8 a 11 de junho, 32 negócios do movimento Amazônia em casa Floresta em pé participaram da Naturaltech, maior feira de produtos naturais da América Latina. Foi a primeira participação do movimento em um evento presencial.

Realizada em São Paulo, a feira é uma oportunidade para a troca de experiências entre produtores, redes varejistas, consumidores finais, trazendo visibilidade e contribuindo para ampliar a presença dos produtos no mercado. Segundo a organização da feira, 35.600 pessoas passaram por lá nos quatro dias de realização.

Reunidas em um estande de quase 100 m², as marcas ofereceram aos visitantes da feira experiências únicas de sabores e culturas da Amazônia. Foram promovidas sessões de degustação, happy hours, lançamentos de produtos e palestras.

Chocolate com cacau nativo, café agroflorestal, castanhas, sucos, guaraná, suplementos alimentares, farofas, tucupis, geleias, pimentas, molhos, óleos, pescados, biocosméticos, artesanato, acessórios, dentre outros produtos naturais, se distribuíram pelo espaço e deram vida ao estande.

Dois produtos foram lançados durante o evento: um chutney de manga com pimenta assisi, criado em parceira pela chef Carla Pernambuco e pela empresa SoulBrasil; e o Nióc, um snack de mandioca, crocante, sem lactose em sabores muito amazônicos – tucupi, pimenta assisi, cipó de alho e jambu -, da marca Manioca.

Três palestras foram promovidas durante a feira: “Amazônia em casa Floresta em pé – o desafio é levar a floresta até você”, com a participação de Ana Brito (Asproc), Paulo Reis (Manioca), Laura Motta (Mercado Livre), Floriana Breyer (movimento Amazônia em casa Flores em pé) e Carla Pernambuco (Chef do Carlota); “Ciência e inovação na cultura alimentar da Vitória-Régia e outros bioativos da Amazônia”, com Dulce Oliveira (Deveras Amazônia); e “O que suas escolhas nutrem? Como elas impulsionam uma Amazônia inovadora, próspera e que traga soluções para um mundo mais sustentável?”, com Artur Coimbra (Na’kau), Sandra Amud (Assoab), Sarah Sampaio (Amazônia Agroflorestal), Ramon Morato (Instituto Piagaçu) e mediação de Louise Lauschner (Idesam e Inatú Amazônia).

Resultados e perspectivas

Foram vendidos 4.627 produtos, perfazendo um total de R$ 137.854,20. Mas os resultados esperados transcendem essas conquistas, já que a Naturaltech é focada também nos varejistas. O movimento já está em conversas com espaços, feiras e mercados que têm interesse em ter um espaço dedicado a marcas amazônicas.

“A participação na Naturaltech foi um momento inédito na jornada do Amazônia em casa Floresta em pé. Pudemos unir nossas estratégias de vendas físicas e vendas online. Foi o primeiro momento que pudemos reunir todo nosso portfólio de marcas amazônicas com seus representantes e produtos, ofertando uma vitrine de inovação e impacto para o mercado. Foi um momento que uniu integração entre os membros, visibilidade para o mercado, ambiente para vendas ao consumidor final e contatos  comerciais de maior escala”, avalia Floriana Breyer, gestora de parcerias do Amazônia em casa Floresta em Pé.

Guilherme Faleiros, coordenador do programa de acesso a mercados pela AMAZ e Idesam, destaca o notório interesse do público em consumir, cada vez mais, produtos com propósito: “Durante a Naturaltech, as marcas do movimento puderam contar suas histórias, ao mesmo tempo em que o público percebeu que a Amazônia tem um potencial de valor maior quando em pé. São esses aliados que buscamos sensibilizar com o movimento Amazônia em casa Floresta em pé.”

 Paulo Reis, um dos organizadores da participação do movimento na NaturalTech e empreendedor da Manioca e da Amazonique, avalia que, pela importância da Naturaltech, abrir espaço para a participação da Amazônia é colocar a região no mapa dos consumidores e varejistas: “A resposta foi imediata: tivemos um retorno maravilhoso dos clientes, que provaram os produtos por curiosidade ou pela causa, e se encantaram com o sabor e a qualidade dos nossos produtos”.

Sobre o movimento

Criado em 2020, o movimento Amazônia em Casa Floresta em Pé é coordenado pelo Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia), pela AMAZ Aceleradora de Impacto e pela Climate Ventures, e tem como propósito destravar o acesso ao mercado para os produtores da sociobiodiversidade amazônica.

Tem como apoiadores Mercado Livre, a maior plataforma de e-commerce da América Latina, Fundo Vale, GIZ, CLUA, Instituto humanize e Instituto Clima e Sociedade.

A iniciativa busca reunir atores estratégicos e agir de forma colaborativa para superar gargalos e aumentar as vendas e o acesso a mercado destes empreendimentos a formas inovadoras e interessantes de comercialização.

Nesse vídeo você pode sentir um pouco do clima da participação na Naturaltech:

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Empreendedores do portfólio da AMAZ participam de imersão em Apuí

Foto: Gabriela Souza/AMAZ

Empreendedores acelerados pela AMAZ estiveram em Apuí, no Amazonas, no final de junho, para conhecer o trabalho realizado com agricultores familiares na produção do Café Apuí Agroflorestal.

O objetivo foi promover uma imersão na realidade local, abordando aspectos peculiares da produção agroflorestal, do relacionamento com os agricultores, além de metodologias comprovadas de ATER (Assistência Técnica e Extensão Rural) na Amazônia, logística, escoamento produtivo e mensuração de impactos gerados.

A imersão foi planejada para atender às necessidades de três dos seis negócios acelerados este ano pela AMAZ: INOCAS, Floresta S/A e Mahta. Além dos empreendedores, estiveram presentes integrantes do time da AMAZ e do Idesam, responsáveis pela cadeia de produção do café e pela Amazônia Agroflorestal, empresa criada para facilitar a comercialização de produtos da sociobidiversidade.

“O objetivo dessa atividade era aproximar os negócios que têm relação com produção agroflorestal e contato com pequenos produtores, além de questões contratuais envolvendo esse universo também. O Café Apuí Agroflorestal é um case de sucesso que conseguimos apresentar para eles, in loco, a partir da rede do Idesam. Com certeza essa troca vai render frutos e parcerias interessantes. Não só eles puderam aprender com a experiência do café, mas também compartilharam suas experiências com outras culturas e regiões, em processos diferentes, mas que guardam algumas similaridades,” analisa Gabriela Souza, analista de investimentos da AMAZ.

Jânio Rosa, da INOCAS, avalia que as trocas realizadas durante a imersão foram muito boas: “A gente pôde conhecer o Sistema Agroflorestal que eles têm aqui em Apuí, a questão do consórcio do café com outras culturas. A INOCAS pretende introduzir, junto com a macaúba, outras culturas também. Então essa vivência foi muito importante para nós. Ter o contato com os agricultores, ver como funciona a articulação junto a eles, as estratégias adotadas. Tem também a questão da extração dos óleos desenvolvida aqui, a assistência técnica, enfim, uma troca fantástica, onde pudemos ver bem de perto as especificidades do bioma da Amazônia.”

Edgard Calfat, da Mahta, visitou pela primeira vez um Sistema Agroflorestal, e se disse ansioso por ver como funcionava. “É realmente uma mata bem densa, quase uma imitação da floresta, nada daquele campo limpinho de produção em fileiras. À medida em que eles apresentavam mais detalhes da produção do café, a gente ia traçando o nosso paralelo também de dificuldades, desafios e ideias. Conhecer o processo in loco e estar imerso na realidade do que acontece aqui – aqui Apuí, e também Amazônia – foi bastante intenso. E falar com os produtores, entender como se dá o relacionamento com eles, também é importante para nós. “

Marina Yasbeck, especialista da Iniciativa Estratégica Café Apuí (Idesam), que acompanhou a imersão, destaca a riqueza da troca e o quanto esse contato pode contribuir para o desenvolvimento dos negócios acelerados pela AMAZ: “Estamos um pouco mais avançados na implementação e na aplicação de metodologias, de ATER, incidindo sobre todos os elos da cadeia produtiva. São coisas que esses negócios estão em processo de implementação, por isso faz sentido essa troca, isso vai ser útil para eles. Muito do que fazemos aqui pode ser aplicável às bases deles também.”