Chamada 2022

pipeline de negócios

juntos, os negócios inscritos faturam anualmente R$ 13 milhões e têm como demanda de investimento R$ 22,5 milhões

Iniciativas mobilizam cadeias de produtos e serviços socioambientais, artesanato, arte e moda sustentável, produtos alimentícios, soluções tecnológicas, óleos e manteigas, açaí e outras palmeiras 

> maior parte dos negócios está em fase inicial de organização, tração e validação de produtos/serviços (mvp)

 

71,8% possuem mulheres na liderança e 84,3% há pessoas negras ou indígenas na liderança

A AMAZ promoveu, em 2022, sua segunda Chamada de Negócios com interesse em aceleração e investimento.

Como resultado, recebeu 96 inscrições, vindas de 15 estados e também do Distrito Federal, sendo 26 delas originadas do Amazonas e 20 do Pará. São Paulo e Rondônia registram 10 e 5 inscrições, respectivamente.

Como no ano anterior, a Chamada possibilitou inscrições oriundas também de outros estados além daqueles localizados na Amazônia Legal, contanto que oferecessem soluções para a Amazônia e se comprometessem a iniciar operação na região no prazo de seis meses a partir do início da aceleração.

A maior parte dos empreendimentos inscritos está na fase de organização do negócio e também buscando tração. Embora o edital da Chamada aponte que as iniciativas deveriam estar em operação, mesmo que em fases iniciais, para participar da seleção, negócios em fase de ideia ou validação de ideia também se inscreveram. Dos 96 negócios inscritos, cerca de 40,5% declararam já terem sido acelerados.

Impactos

Dentre as cadeias de valor abordadas diretamente pelos negócios estão produtos e serviços socioambientais, artesanato, arte e moda sustentável, produtos alimentícios, soluções tecnológicas para captação de investimentos, blockchain, óleos e manteigas, açaí e outras palmeiras, etc.

Em 20 dos negócios inscritos, a comunidade onde está inserido o empreendimento ou a região de origem da matéria prima é sócia relevante do negócio. E em 45 deles a comunidade é consultada, embora não participe das decisões e da gestão do negócio. 

Em 71,8% deles (81) há mulheres na liderança, e em 84,3% há pessoas negras e indígenas na liderança. A faixa etária das lideranças inscritas tem maior concentração entre 35 e 39 anos, mas há presença de pessoas entre 19 e mais de 65 anos. 

Os negócios inscritos se conectam também por todos os 17 ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) da Agenda 2030 da ONU, sendo que o mais frequentemente acionado é o número oito (trabalho digno e crescimento econômico), seguido pelo 12 (consumo e produção responsáveis). 

Dos 96 inscritos, 24 declaram não possuir nenhuma prática de monitoramento do impacto que causa, mas 36 declaram coletar e analisar indicadores de processo e/ou operação do negócio; 12 deles dizem possuir indicadores de resultados/impactos socioambientais definidos, enquanto 13 informam tomar decisões com base na avaliação dos impactos.

Modelos de negócio

Boa parte das iniciativas têm como modelo de negócio B2C (consumidor final como público alvo) – 61 delas se declaram assim. Na sequência, 53 negócios declararam ter como modelo B2B (venda para empresas), e 40 deles B2B2C (empresas que fazem parcerias com outras empresas para chegar ao consumidor). 

Muitas das iniciativas operam em mais de um modelo de negócio, e destacam-se ainda empresas B2G (vendem para órgãos públicos) e C2C (negociação direta entre consumidores).

Quanto à natureza jurídica dos empreendimentos inscritos, registra-se a presença de sociedades limitadas, simples e anônimas, cooperativas, associações,  microempreendedores individuais e empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI).

Dos 96 inscritos, 64 apresentam faturamento na faixa de R$ 1 mil a R$ 500 mil; 06 entre R$ 501 mil e R$ 2 milhões; e 02 entre R$ 2,1 milhões a R$ 10 milhões. 

A soma do faturamento anual dos 96 negócios inscritos é de cerca de R$ 13 milhões, e a demanda total de investimento deles é de R$ 22,5 milhões. Dos negócios inscritos, 42 têm entre zero e 2 anos de atuação.

Negócios mais alinhados à tese de impacto e investimento da AMAZ

O processo de inscrição foi mais detalhado esse ano para os negócios, com inclusão de vídeo pitch, análises de fluxo de caixa e modelo de investimento. Isso possibilitou um entendimento melhor sobre a aderência de cada negócio com a tese de investimentos e aceleração da AMAZ logo na primeira etapa da seleção.

“Recebemos propostas de negócios com maior alinhamento à tese de impacto e investimentos da AMAZ em relação ao ano anterior. São negócios que melhor se encaixam ao escopo do impacto socioambiental que estamos buscando e, também, que possuem um potencial de ganho de escala no território”, analisa Ana Carolina Bastida, gerente de investimentos e aceleração da AMAZ

Dentre os inscritos que melhor se encaixam na tese de impacto, há mais negócios liderados por pessoas residentes ou de origem nos estados da Amazônia Legal comparativamente ao ano anterior. 

Outro ponto que se destaca no pipeline das inscrições deste ano são negócios cuja atuação se dá em setores como produtos e serviços – 13 deles – e soluções tecnológicas – 9 negócios -, o que pode ser um reflexo do aumento da demanda por soluções relacionadas a carbono e um olhar de setores de tecnologia para a Amazônia.