Foto: Maringas Maciel/ divulgação Academia Amazônia Ensina

Academia Amazônia Ensina lança o filme O Rio Negro são as pessoas

Em setembro, a Academia Amazônia Ensina dá a largada para a estruturação e implementação do projeto Empreendedorismo Jovem Ribeirinho, voltado à capacitação de jovens empreendedores na região do Rio Negro.

O lançamento do filme O Rio Negro são as pessoas, dirigido por João Tezza Neto e Juliana Barros, é o ponto de partida da ação. E acontecerá no próximo mês, em que se comemora o dia da Amazônia.

Realizado em 2019, o documentário busca desvendar o significado de ser e crescer às margens de um rio com a força do Rio Negro, envolto em densa floresta e cercado por elementos globais da atualidade – a necessidade de partir, o desejo de voltar, a escolha por ficar, a imensidão, o tempo do rio. Histórias locais que possibilitam elementos universais para a reflexão sobre a vida humana.  

A Academia Amazônia Ensina fará o lançamento em seu site, disponibilizando o acesso ao filme por meio do mecanismo ‘pague-o-quanto-acha-justo’.

A renda gerada com a exibição será convertida em ações junto a essas comunidades, buscando auxiliar no desenho e desenvolvimento das atividades comerciais já exercidas de modo mais ou menos informal, em formações voltadas ao empreendedorismo e até no desenvolvimento de novos negócios que possam gerar renda para os ribeirinhos e ribeirinhas.

O filme ficará disponível para acesso por duas semanas, de 19 a 26/09, período em que também serão realizados webinários abordando diversos aspectos da Amazônia (de 20 a 25/09).

“O filme deveria ter sido lançado antes, ou vendido para canais de comunicação, mas a pandemia mudou nossos planos e estamos felizes em poder contribuir de forma direta com as comunidades locais. Com essa iniciativa, vamos conectar pessoas no Brasil e exterior com as pessoas do Rio Negro”, avalia Maria Eugenia Tezza, coordenadora executiva da Academia Amazônia Ensina.

 Expectativa pós-pandemia

A Academia Amazônia Ensina, que trabalha com expedições de imersão à Amazônia para estudantes, empreendedores, investidores e outros públicos usando a ciência e o contato com a cultura e saberes amazônicos para descortinar esse exuberante ecossistema brasileiro, teve suas atividades interrompidas pela pandemia da covid-19.

A retomada das expedições está no radar tão logo as condições sanitárias permitam a viagem e visita às comunidades do Rio Negro com segurança. 

Do mesmo modo, o projeto Empreendedorismo Jovem Ribeirinho, que vai oferecer capacitação e orientação de jovens da região do entorno do Parque Nacional de Anavilhanas, estimular o protagonismo no empreendedorismo inovador sustentável, dar acesso a ferramentas e construção de planos de negócios, promover geração de renda e proporcionar oportunidades de trabalho na região.

 As comunidades ribeirinhas foram também duramente afetadas pela pandemia, e a capacitação proposta pela Academia Amazônia Ensina visa contribuir para melhorar a situação

“Com a pandemia, as condições sociais e econômicas das comunidades ribeirinhas pioraram gravemente. A proposta de gerar recursos para um projeto de desenvolvimento local por meio do filme foi uma ideia que nos deixou muito felizes e motivados. É fundamental o envolvimento de toda a sociedade para vencermos o desafio de conservar a Amazônia,” diz João Tezza, diretor da Academia Amazônia Ensina. 

Foto: Maringas Maciel/ divulgação Academia Amazônia Ensina

Foto Da Tribu 4 - João Urubu

Da Tribu promove capacitações junto à Comunidade de Pedra Branca

Durante o mês de julho, a Da Tribu promoveu o projeto Hevea Brasilienses, a árvore mãe e o protagonismo feminino da Pedra Branca, que promoveu duas formações na comunidade localizada na ilha de Cotijuba, na Amazônia Paraense.

Parceira da empresa no fornecimento de insumos para joias sustentáveis há quatro anos, a comunidade recebeu a capacitação de dez mulheres da ilha, em duas etapas: preservação do conhecimento amazônico vinculado ao fazer artesanal e valorização do protagonismo feminino (ministrada por Corina Magno); e formação política e organizacional do grupo produtivo – localizado em uma APA (Área de Proteção Ambiental) – por meio da abordagem de temas como organização social, articulação, força feminina, autonomia na floresta, educação ambiental e importância da reunião e segurança comunitária no contexto pós-covid 19 (ministrada por Sâmia Batista e Tereza Moreira).

Foram ofertadas aproximadamente 40 horas de formação, numa ciranda de afetos, aprendizado e partilhas viabilizada pela Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural do Governo do Estado do Pará.

“A capacitação é parte do nosso compromisso. A cada ciclo de mudança na empresa, de crescimento, as capacitações são recorrentes. Percebemos a importância de trazer cada vez mais informação, envolvimento, mobilização e engajamento da comunidade inteira. E para todos os valores, principalmente na organização do grupo e sobre a importância das visões sociais e sustentáveis para o planeta. É nosso papel quando trabalhamos com desenvolvimento de cadeias sustentáveis produtivas. O edital da Lei Aldir Blanc, que é um fundo emergencial para cadeias produtivas na área da cultura, viabilizou esse investimento”, diz Tainah Fagundes, diretora criativa da Da Tribu.

Expectativas pós-pandemia

Antes da pandemia da covid 19, a comunidade produzia em média 3 mil metros de fios emborrachados por mês para a confecção de biojoias. Com a queda brusca nas vendas, a compra de material da comunidade passou a ser espaçada a cada três meses. 

Com o mercado voltando aos poucos a se aquecer, a Da Tribu direciona suas estratégias para ações B2B, remodelando o negócio com potencial de escala para o mercado de moda sustentável nacional e internacional.

O desenvolvimento do TEA (Tecido Emborrachado da Amazônia), novo insumo criado em outubro de 2020, viabilizado por edital de apoio a negócios acelerados pelo Programa de Aceleração da PPA e produzido a partir de maquinário próprio, possibilitou a mudança nas estratégias do negócio.

Além disso, a Da Tribu está montando um segundo maquinário, desta vez voltado para a produção do fio emborrachado, por meio de um financiamento com o Banco Pérola. A intenção é promover agilidade e mais qualidade ao trabalho, e ao mesmo tempo conseguir um preço mais competitivo para os produtos no mercado. Em breve, nova capacitação será oferecida à comunidade para o manuseio dessa máquina. 

Toda a confecção artesanal dos insumos é feita por mulheres da Comunidade de Pedra Branca, sob a liderança de Corina Magno, terceira geração da família seringueira desse território. O grupo participou de capacitação específica para a produção do TEA também em 2020.

“Nossa expectativa de direcionamento  para o B2B é grande. Estamos em negociação com várias marcas, prototipando coleções, testando material. O TEA, os fios, os biomateriais como um todo, são uma novidade, porque hoje a Da Tribu tem um biomaterial genuinamente brasileiro, com a força e o conhecimento amazônicos. Estamos olhando principalmente para o mercado europeu, que tem solicitado mostruários com frequência. Temos participado de feiras internacionais para prospecção de novos negócios. Apesar dos desafios do mercado, que está desaquecido, fechado, temos inovação. É o tempo de inovar, de reorganizar o negócio”, diz Tainah

O futuro é coletivo

O seringal da ilha de Cotijuba esteve inativo durante muito tempo, e a parceria com a Da Tribu trouxe um novo ciclo da borracha, agora envolvendo também as mulheres no processo de produção para a moda sustentável.

Durante os meses de junho e julho, a Da Tribu promoveu a exposição O Futuro é coletivo, projeto audiovisual que tece toda a história da comunidade Pedra Branca até o encontro da empresa com as famílias ribeirinhas. A jornada é contata por meio de fotografias, vídeos e textos, em ambiente 3D.Para quem não conseguiu conferir a exposição, a Mostra Sesc Lei Aldir Blanc Pará registrou uma visita guiada, que pode ser acessada aqui.

Fotos: João Urubu/divulgação Da Tribu

Foto: divulgação Manioca

Manioca participa da Sirha, grande feira francesa voltada ao segmento da gastronomia

Em setembro, o tucupi produzido pela Manioca será uma das grandes estrelas da Sirha 2021, tradicional feira francesa voltada aos negócios gastronômicos. Essa é a aposta da empresa para chegar ao mercado francês e posteriormente ao europeu.

A intenção é repetir a estratégia exitosa no Brasil, de trabalhar inicialmente com chefs, cozinheiros e restaurantes para introduzir produtos e sabores amazônicos aos paladares.

A Sirha acontece de 23 a 27 de setembro na cidade de Lyon, e a Manioca será representada pela Du Brésil Au Monde, empresa fundada por dois brasileiros na França, que trabalha com outros produtos como o açaí no mercado europeu.

 “Essa é a primeira feira da qual vamos participar na França depois que fechamos essa parceria de distribuição. Nossa expectativa é que seja uma introdução da Manioca no mercado francês. Participamos de outra feira lá, em 2018, presencialmente, e já sentimos que os produtos têm bastante potencial, especialmente nessa área de cozinha”, avalia Paulo Reis, sócio diretor da Manioca.

“Esse caminho de usar a cozinha, restaurantes, chefs e cozinheiros para  apresentar um produto deu muito certo aqui no Brasil. É muito mais fácil para esses profissionais apresentarem um ingrediente novo para o público, especialmente se precisa de alguma adaptação que agrade ao paladar desse público. Os cozinheiros fazem isso como ninguém”, conclui 

Manioca repete estratégia exitosa do Brasil

A Manioca aposta em apresentar o tucupi para os cozinheiros como um produto brasileiro, da biodiversidade, que gera impacto positivo para a Amazônia e tem um sabor sem igual.

Paulo diz que já ouviu de muitos chefs que o tucupi era a próxima fronteira do sabor, no sentido do que ainda faltava ser descoberto no mundo em termos de sabores incríveis.

“Uma coisa que impulsionou bem essa ida para a Europa, em termos de agilização e organização, foi a demanda de vários cozinheiros pelo produto. A Du Brésil Au Monde nos trouxe o pedido de uma cozinheira, e nós passamos para a empresa demandas de chefs localizados na Alemanha, Bélgica, Áustria, Inglaterra e na própria França que querem o produto, mas a Manioca não conseguia viabilizar a entrega. Agora vamos conseguir.”

A empresa também inscreveu o tucupi em um prêmio de inovação da Sirha. Selecionado na primeira etapa, agora o produto será apreciado por um júri, a partir de apresentação presencial, que será realizada pela Du Brésil Au Monde.

A Manioca já participou de uma edição da feira no Brasil, pois trata-se de um evento itinerante. Agora em Lyon, dividirá um estande com outras seis empresas (Alm Trading Company, Amazzon Gin, Bhars, Nutrilatino e Petruz Fruit), viabilizado em parte com o apoio da APEX-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). 

Foto: divulgação Manioca