Durante o mês de julho, a Da Tribu promoveu o projeto Hevea Brasilienses, a árvore mãe e o protagonismo feminino da Pedra Branca, que promoveu duas formações na comunidade localizada na ilha de Cotijuba, na Amazônia Paraense.
Parceira da empresa no fornecimento de insumos para joias sustentáveis há quatro anos, a comunidade recebeu a capacitação de dez mulheres da ilha, em duas etapas: preservação do conhecimento amazônico vinculado ao fazer artesanal e valorização do protagonismo feminino (ministrada por Corina Magno); e formação política e organizacional do grupo produtivo – localizado em uma APA (Área de Proteção Ambiental) – por meio da abordagem de temas como organização social, articulação, força feminina, autonomia na floresta, educação ambiental e importância da reunião e segurança comunitária no contexto pós-covid 19 (ministrada por Sâmia Batista e Tereza Moreira).
Foram ofertadas aproximadamente 40 horas de formação, numa ciranda de afetos, aprendizado e partilhas viabilizada pela Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural do Governo do Estado do Pará.
“A capacitação é parte do nosso compromisso. A cada ciclo de mudança na empresa, de crescimento, as capacitações são recorrentes. Percebemos a importância de trazer cada vez mais informação, envolvimento, mobilização e engajamento da comunidade inteira. E para todos os valores, principalmente na organização do grupo e sobre a importância das visões sociais e sustentáveis para o planeta. É nosso papel quando trabalhamos com desenvolvimento de cadeias sustentáveis produtivas. O edital da Lei Aldir Blanc, que é um fundo emergencial para cadeias produtivas na área da cultura, viabilizou esse investimento”, diz Tainah Fagundes, diretora criativa da Da Tribu.
Expectativas pós-pandemia
Antes da pandemia da covid 19, a comunidade produzia em média 3 mil metros de fios emborrachados por mês para a confecção de biojoias. Com a queda brusca nas vendas, a compra de material da comunidade passou a ser espaçada a cada três meses.
Com o mercado voltando aos poucos a se aquecer, a Da Tribu direciona suas estratégias para ações B2B, remodelando o negócio com potencial de escala para o mercado de moda sustentável nacional e internacional.
O desenvolvimento do TEA (Tecido Emborrachado da Amazônia), novo insumo criado em outubro de 2020, viabilizado por edital de apoio a negócios acelerados pelo Programa de Aceleração da PPA e produzido a partir de maquinário próprio, possibilitou a mudança nas estratégias do negócio.
Além disso, a Da Tribu está montando um segundo maquinário, desta vez voltado para a produção do fio emborrachado, por meio de um financiamento com o Banco Pérola. A intenção é promover agilidade e mais qualidade ao trabalho, e ao mesmo tempo conseguir um preço mais competitivo para os produtos no mercado. Em breve, nova capacitação será oferecida à comunidade para o manuseio dessa máquina.
Toda a confecção artesanal dos insumos é feita por mulheres da Comunidade de Pedra Branca, sob a liderança de Corina Magno, terceira geração da família seringueira desse território. O grupo participou de capacitação específica para a produção do TEA também em 2020.
“Nossa expectativa de direcionamento para o B2B é grande. Estamos em negociação com várias marcas, prototipando coleções, testando material. O TEA, os fios, os biomateriais como um todo, são uma novidade, porque hoje a Da Tribu tem um biomaterial genuinamente brasileiro, com a força e o conhecimento amazônicos. Estamos olhando principalmente para o mercado europeu, que tem solicitado mostruários com frequência. Temos participado de feiras internacionais para prospecção de novos negócios. Apesar dos desafios do mercado, que está desaquecido, fechado, temos inovação. É o tempo de inovar, de reorganizar o negócio”, diz Tainah
O futuro é coletivo

O seringal da ilha de Cotijuba esteve inativo durante muito tempo, e a parceria com a Da Tribu trouxe um novo ciclo da borracha, agora envolvendo também as mulheres no processo de produção para a moda sustentável.
Durante os meses de junho e julho, a Da Tribu promoveu a exposição O Futuro é coletivo, projeto audiovisual que tece toda a história da comunidade Pedra Branca até o encontro da empresa com as famílias ribeirinhas. A jornada é contata por meio de fotografias, vídeos e textos, em ambiente 3D.Para quem não conseguiu conferir a exposição, a Mostra Sesc Lei Aldir Blanc Pará registrou uma visita guiada, que pode ser acessada aqui.
Fotos: João Urubu/divulgação Da Tribu
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