Em setembro, a Tucum Brasil inicia uma experiência de EAD (ensino à distância) junto a lideranças indígenas da Amazônia. O programa Capacitação de Gestores Indígenas em venda online de artesanato foi montando a partir da premissa de preparar essas lideranças para que efetuem vendas em qualquer plataforma online, seja na Plataforma Marketplace da própria Tucum, em site próprio ou ainda em redes sociais como Facebook e Instagram.
“A ideia é que eles entendam como funcionam as várias formas de promover vendas online e quais são os pontos de atenção para gerir um negócio”, diz Amanda Santana, uma das fundadoras da Tucum.
Participam desta primeira edição da jornada de capacitação seis grupos: Associação Floresta Protegida, do Povo Kayapó (PA), Associação das Guerreiras Indígenas de Rondônia, Casa de Cultura Karajá (TO), Wariró Culturas Indígenas da Amazônia, Galeria Amazônica e Arte Baniwa (AM).
Os encontros, que se iniciam no dia 17 de setembro e seguem até outubro, serão coletivos, de modo a promover troca de experiência entre os grupos e promover dinâmicas mais ricas. Mas a iniciativa prevê mentorias individuais entre os módulos de capacitação.
O curso é composto por cinco módulos. O primeiro deles é introdutório, com apresentação do curso, abordagens sobre curadoria, questões que são postas no momento da compra de artesanato e toda a jornada do consumidor.
O módulo 2 aborda fotografia. O terceiro trata da gestão, estoques e aspectos mais técnicos do negócio online. A comunicação é o tema do módulo 4, e vai focar em storytelling, branding e a importância dos comunicadores indígenas.
O último módulo é bem prático, e inclui o cadastro dos produtos no Marketplace da Tucum.
“A ideia é que seja uma jornada que se inicia no módulo 1, com a parte de curadoria, e os participantes vão fazer um exercício para passar ao módulo 2, que é selecionar os produtos de curadoria para fotografar. No módulo 3, eles farão o cadastro dos produtos, digitalizar esse produto físico para o online. E no módulo 4 vão escrever sobre esses produtos, contar as histórias deles e de cada iniciativa”, diz Amanda.
A partir do momento em que os produtos cadastrados na plataforma forem comprados, os grupos vão processar as vendas e fazer o envio, e a Tucum vai fazer todo o acompanhamento até o pós-venda.
Para Amanda, o maior desafio do processo é a distância: “Tanto a distância para realizar e passar esse conhecimento, como também a distância para que esse sonho do Marketplace se concretize, no sentido de que temos a logística como nosso maior desafio”, avalia.
Nesse sentido, o workshop sobre logística e as mentorias individuais sobre o tema promovidos pelo Programa de Aceleração e Investimento de Impacto da PPA em 2020 têm ajudado também a pensar essa questão. “A cadeia de alimento na Amazônia tem volume de venda maior, é mais previsível. O nosso caso não é muito previsível, os produtos saem de vários cantos da Amazônia, não temos sazonalidade, e quando um pedido de artesanato é feito, se tudo correr bem, ele chega dentro de um mês, mas agora com a pandemia demora até mais do que isso”, aponta Amanda. “A mentoria do Programa está nos ajudando a avançar nisso também”.
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