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Setembro foi mês de Amazônia em casa, Floresta em pé

Mostrar a importância do consumo de produtos que trazem impacto positivo para a Amazônia e geração de renda a suas populações, contribuindo para a conservação da biodiversidade, foi o que motivou a criação da campanha Amazônia em casa, Floresta em pé.

Um dos gargalos mais complexos para que negócios amazônicos possam escoar e comercializar seus produtos é a logística. Longas distâncias e o transporte de poucos itens por vez oneram o valor do frete. Outro ponto a se destacar nesse aspecto é a ausência de centros de distribuição localizados mais no centro do país, em especial no sudeste, que facilitem esse envio para os clientes. 

O mês de setembro foi dedicado a implementar algumas estratégias na busca de soluções para esses dilemas. Um grupo de organizações composto pela Plataforma Parceiros pela Amazônia, Mercado Livre, AmazôniaHub, Climate Ventures e Idesam, com apoio do Instituto Auá e da plataforma Biobá, mobilizou esforços para ampliar visibilidade e acesso aos produtos de negócios que geram impacto positivo para a Amazônia, facilitando o consumo por meio das plataformas do Mercado Livre e do AmazôniaHub. 

Apostando no e-commerce e em uma estratégia de mobilização de influencers das áreas de gastronomia e de artesania, atores e atrizes que se engajaram com produção de receitas, stories em redes sociais e realização de lives com empreendedoras e empreendedores, a campanha focou em negócios acelerados pelo Programa e em algumas outras marcas amazônicas do Bloco de Acesso a Mercado, iniciativa desenvolvida pela Climate Ventures e pelo Idesam desde 2019 com objetivo de encontrar soluções de logística e comercialização para negócios sustentáveis da região. 

Participaram da campanha nove negócios do portfólio do Programa de Aceleração – Cacauway, Chocolates De Mendes, Da Tribu, Instituto Ouro Verde, Manioca, Na’kau, Peabiru Produtos da Floresta, Seringô, Taberna da Amazônia e Tucum – além de outras marcas amazônicas – Café Apuí Agroflorestal, D´Amazônia Origens, Farofa da Amazônia, Floresta em Pé, Simbioze Amazônica e Terramazonia.

A amplitude do público alcançado pelos perfis dos influencers proporcionou visibilidade em diferentes áreas. Promoveram lives e vídeos com produção de receitas ao longo do mês de setembro Bela Gil, o chef Renato Caleffi, a consultora, bartender e jornalista Neli Pereira, a atriz Leticia Colin, a designer de moda e atriz Eunice Baía, dentre outros. 

A chef Carla Pernambuco criou um prato exclusivo para seu restaurante, o Carlota, que teve interesse e boa aceitação ao longo de setembro. E a jornalista Patrícia Ferraz preparou uma receita exclusiva de Banana bread do Brasil com ingredientes amazônicos para sua coluna no caderno Paladar, do jornal O Estado de São Paulo.

Foi também um bom aprendizado para o próprio Programa de Aceleração, no sentido de testar estratégias que tendem a se tornar perenes na busca de visibilidade e comercialização desses produtos. E ainda para os próprios negócios, alguns dos quais aprimoraram suas estratégias em vendas online e outros que viram uma oportunidade para se iniciar nesse sistema em meio ao isolamento trazido pela pandemia. A ação proporcionou ainda oportunidade para reflexão e busca de soluções de ampliação de estoque, frete e logística para atendimento aos pedidos dos consumidores.

Além da visibilidade atraída para os negócios, o Programa testou a comercialização de cestas temáticas de produtos amazônicos no Mercado Livre, focadas em gastronomia e em artesania e moda sustentável. As cestas se esgotaram nos primeiros dias da campanha, mas já está em produção um segundo lote para vendas, integradas ao Mercado Full, solução do Mercado Livre que proporciona entregas em São Paulo no mesmo dia e em outras capitais em até 48 horas. Alguns negócios que optaram pelo uso dessa solução viram suas vendas aumentarem ao longo do mês de setembro.

Outros modelos de cestas, que incluem produtos de negócios do portfólio do Programa juntamente com as outras marcas, estão disponíveis na plataforma do AmazôniaHub.

“A campanha tem sido importante para dar visibilidade aos produtos e as marcas participantes. Em menos de um mês alguns negócios já observaram aumento significativo de vendas, em número de acesso às suas lojas e seguidores nas mídias sociais. Além disso, acredito que o resultado mais relevante tem sido levantar a pauta positiva de uma nova economia para Amazônia, mostrando que é possível e fácil consumir produtos gostosos e bonitos produzidos na região e que contribuem para a conservação da floresta e melhoria de qualidade de vida para as comunidades locais”, avalia Ana Carolina Bastida, coordenadora do Programa de Aceleração da PPA e gerente de novos negócios do Idesam. 

Alguns negócios participantes da campanha perceberam efeitos positivos, tanto em visibilidade quanto em vendas, logo no lançamento da ação, que aconteceu no Dia da Amazônia, 05 de setembro. A Manioca, por exemplo, contabilizou, entre os dias 5 e 6 de setembro, um aumento de 182% no faturamento geral. Já o Peabiru Produtos da Floresta registrou um crescimento de vendas de mais de 200% em relação ao histórico no Mercado Livre.

A experiência do Instituto Ouro Verde (IOV) proporcionou aprimoramento da loja do negócio no Mercado Livre, que hoje está mais organizada e atrativa, com produtos categorizados em ‘casa, móveis e decoração” e “moda com responsabilidade”. Os itens comercializados são produzidos pelo grupo Mulheres de Fibra, e nesse processo o IOV criou para elas também uma página no instagram.

Um balanço mais abrangente da visibilidade alcançada pelos negócios e vendas será realizado no início de outubro para avaliação e ajustes no processo.

“A campanha foi mais um passo importante para dar visibilidade aos produtos, à cadeia produtiva da biodiversidade e aos negócios sustentáveis que contribuem para o desenvolvimento de uma nova economia na região, e que agora podem comercializar para todo o Brasil por meio do nosso ecossistema,” avalia Laura Motta, gerente de sustentabilidade do Mercado Livre. “A ação reforça a assertividade da Categoria Sustentável do Mercado Livre, que tem como objetivo dar aos consumidores a oportunidade de fazer escolhas que gerem impactos socioambientais positivos.”

Desafios, aprendizados e futuros 

Para Guilherme Faleiros, analista de novos negócios do Idesam, o grande desafio a ser enfrentado era entregar produtos de áreas remotas da Amazônia, com todo o contexto pandêmico, até a casa do consumidor, mantendo qualidade e satisfação do cliente. 

“Percebemos, pelo retorno dos clientes, que o consumidor brasileiro está interessado em saber de onde vem o produto, e se sensibiliza com a causa da Amazônia. Essa mudança de pensamento fortalece a economia nacional e valoriza a nossa cultura.”

Apostando nessa percepção e retorno, nos próximos meses a estratégia de proporcionar visibilidade e ampliar vendas dos negócios continuará com mobilização de influencers e outros canais de venda, especialmente focada em duas datas: a Green Friday, em novembro, e o Natal.

Ana Bastida, coordenadora do Programa de Aceleração da PPA, aponta que o objetivo é que “esta campanha seja um primeiro passo de um movimento maior e perene, com esses dois marcos ainda esse ano. Vamos seguir com a agenda de ações junto aos influenciadores digitais, multiplicar os canais de venda e, principalmente, continuar fortalecendo os negócios e a cadeia logística dos produtos, a fim de garantir maior agilidade e sustentabilidade nas entregas.” 

Floriana Breyer, da Climate Ventures, reforça a resposta surpreendente dos consumidores à campanha e ao apelo à conservação da Amazônia. “Nossos próximos passos são manter viva esta campanha, de modo que ela se torne um movimento que possa seguir engajando empreendedores e clientes nesta cadeia produtiva e neste mindset de consumo sustentável. O desafio é garantir a formação de estoques dos produtos para atender às demandas e seguir melhorando os arranjos das cadeias produtivas e de logística para chegar na casa do consumidor,” avalia.

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