Foto: Divulgação Na Floresta/Na’kau

Na Floresta/Na’kau obtém certificação participativa

Em junho, a Na Floresta, empresa que fabrica o chocolate Na’kau, recebeu a certificação orgânica do Sistema Participativo de Garantia Maniva. Segundo Artur Coimbra, diretor da Na Floresta, trata-se da primeira certificação orgânica de uma fábrica de chocolate na Amazônia. 

“A gente está entre as 15 marcas de chocolate orgânicas do Brasil, entre 200 que existem. Isso é muito legal para o nosso estado, é uma conquista. A gente pode afirmar que além da primeira fábrica de chocolate do Amazonas, a gente é a primeira fábrica de chocolate da Amazônia a ter o selo orgânico,” analisa Artur.

A empresa tem nove funcionários e se prepara para expandir sua atuação nacionalmente, com a abertura de uma filial em São Paulo até o final do ano.

Além do mercado brasileiro, o chocolate Na’kau também é vendido para os EUA e para o Japão. Com a certificação, a empresa espera ganhar escala e aumentar o número de consumidores globalmente. 

Segundo Márcio Menezes, coordenador da Rede Maniva de Agroecologia (REMA), a certificação orgânica da empresa representa a vitória de quem é comprometido com a cadeia orgânica junto aos produtores rurais do Amazonas. 

A certificação participativa e a Rede Maniva

A REMA é um movimento social formado por agricultores, técnicos, estudantes, consumidores e organizações com o objetivo de promover a agroecologia e a produção orgânica no estado do Amazonas.

É também o único OPAC (Organismo Participativo de Avaliação de Conformidade) da região Norte do Brasil. Uma espécie de certificadora coletiva, que conta com a participação de produtores agrícolas, técnicos e pessoas que, coletivamente, atestam que os alimentos são orgânicos.

A certificação participativa é prevista na legislação brasileira e é mais justa com os agricultores familiares, que muitas vezes não possuem recursos financeiros para remunerar uma certificação por auditoria de empresa.

É baseada em dois princípios fundamentais: o controle social – como os agricultores se organizam para verificar a propriedade um do outro e garantir que a produção é realmente orgânica – e a responsabilidade solidária – respondem juntos por irregularidades caso necessário.

Foto: Divulgação Na Floresta/Na’kau

Foto: @helenapcooper/tucumbrasil

Tucum lança precificação transparente

Entender o que vai embutido no valor de um produto que se compra é um processo de transparência bastante desejável pelo consumidor em geral. No caso do artesanato e da arte indígenas, permite entender o quão éticas, justas e equilibradas são as relações com quem produz essa arte e esse artesanato.

E é exatamente isso o que faz a Tucum Brasil desde o mês de junho, quando lançou sua precificação transparente. A metodologia permite entender o percentual do valor do produto que vai para cada setor da complexa cadeia do artesanato indígena.

Um compromisso firmado pela empresa com associações, cooperativas, núcleos familiares, artesãs e artesãos indígenas e de comunidades tradicionais do Brasil, parceiros e apoiadores no fortalecimento da luta pela re-existência dos povos indígenas por meio do artesanato e da promoção do comércio justo.

Como funciona:

→ 40% do que se paga é relativo à mão de obra do produto, o valor que a artesã ou a iniciativa indígena que produziu o artesanato recebe

→ 7% é referente a gastos com logística, que faz o produto viajar da floresta até a Tucum

→ 20% do valor custeia despesas administrativas de funcionamento da Tucum – salários e encargos das funcionárias, aluguel, luz, internet, contabilidade

→ 16% garante as comissões da equipe de atendimento e comunicação – fotografia, vídeo, pesquisa e criação de conteúdo essenciais para valorizar os saberes e apresentar as histórias de quem cria os produtos

→ 10% do que se paga é relativo a impostos e taxas

→ 7% é destinado às despesas financeiras, como pagamento de empréstimos e reinvestimentos, parque que a Tucum amplie cada vez mais seus impactos positivos na vida de artesãos e artesãs

Radar

Todas as sextas-feiras, a Tucum lança um radar com as pautas indígenas da semana. A seção Observatório pode ser conferida semanalmente no blog da empresa.

“É um radar da cultura, das artes, das manifestações, das lutas. Um lugar onde a gente traz o que está acontecendo na semana dentro do movimento indígena, seja de que ordem for. Junho foi muito bonito, porque os indígenas passaram o mês inteiro fazendo o Levante pela Terra, contra o marco temporal e o PL 490, ” avalia Amanda Santana, sócia e diretora criativa da Tucum.

A empresa está avançando em ações de comunicação com o envolvimento do trabalho criativo dos indígenas. Recentemente foi lançado o PIOK, um impresso de artivismo que tem a intenção de apresentar sempre um artista indígena. O primeiro número aborda o contexto dos indígenas que vivem na cidade, que não têm aldeia, e traz uma ilustração de Natália Lobo Tupinambá.“Estamos mobilizando vários esforços nessa frente da comunicação para somar na luta, que é o nosso propósito. Podemos, por meio do artesanato, mas não só, subsidiar e promover também essas lutas, e dar espaço para indígenas dessa parte mais criativa. Isso começou ano passado, quando lançamos um editorial todo feito por indígenas, e seguimos buscando promover ações que tenham a participação dos criadores indígenas, artistas, músicos, enfim ”, afirma Amanda.

Vídeo e arte: divulgação Tucum

Foto inicial: @helenapcooper/tucumbrasil

Foto: JOZZUU
Cesta de produtos amazônicos comercializada em 2020 na plataforma Mercado Livre.

Mercado Livre promove Empreender com Impacto + Biodiversidade

O Mercado Livre (MELI), líder em tecnologia para e-commerce e serviços financeiros na América Latina, iniciou em junho a capacitação dos negócios selecionados para a terceira edição do programa Empreender com Impacto.

O programa faz parte da estratégia de sustentabilidade do MELI e acontece em diversos países da América Latina desde 2019.No Brasil, a edição deste ano busca apoiar a comercialização de empreendimentos sustentáveis da Amazônia, do Cerrado e da Mata Atlântica.

Os negócios terão formações sobre como vender na plataforma do MELI, incluindo estratégia comercial, logística e marketing digital. E contarão também com benefícios e descontos no ecossistema do Mercado Livre, mentorias especializadas em comercialização e visibilidade na seção de produtos sustentáveis da plataforma.

“O fortalecimento da estratégia comercial desses empreendimentos pode alavancar os impactos positivos desses negócios, potencializando a geração de renda nos territórios, fortalecendo cadeias produtivas sustentáveis e contribuindo para conservação da biodiversidade” afirma Laura Motta, Gerente de Sustentabilidade do Mercado Livre.

A maioria dos negócios participantes são formados por comunidades tradicionais, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, dentre outras, se concentrando, principalmente, nas categorias de alimentos e bebidas, artesanato e cosméticos. Além disso, mais de 50% dos líderes desses negócios são negros, cerca de 12% são indígenas e mais da metade são mulheres.

A seleção dos negócios foi feita pela Consultoria Giral Viveiro de Projetos com apoio de parceiros como a AMAZ, Climate Ventures e o Movimento Amazônia em Casa, Floresta em Pé.

Integram o programa 90 negócios, dentre mais de 250 inscritos. Entre os selecionados, cerca de 50 têm atuação na Amazônia. Esse universo de negócios inclui startups que integram o movimento Amazônia em casa, Floresta em pé, que receberam assessoria e capacitações ao longo de 2020 e impulsionaram suas vendas na plataforma do Mercado Livre e na AmazôniaHub como estratégia de resiliência na pandemia da covid-19.

“Os negócios de impacto, sobretudo os da Amazônia, precisam de apoio para acessar o mercado e entrar de vez no mundo online, que se tornou mandatório neste período pandêmico. Ter o Mercado Livre como parceiro nesta jornada de vendas online, engajado em capacitar estes empreendedores e fortalecê-los, só tem a agregar aos negócios e aos consumidores, que estarão cada vez mais próximos de produtos gostosos, lindos e que contribuem para a conservação dos nossos biomas”, analisa Ana Carolina Bastida, responsável pela gestão de investimentos e aceleração da AMAZ.

Este ano, dentre os negócios amazônicos que participam do Empreender com Impacto está a Jambull, cachaça fabricada pela Tipiti, startup acelerada em 2019.

“Tomamos conhecimento do programa Empreender com Impacto Biodiversidade + a partir de um grupo de empreendedores amazônicos que compomos desde 2019, quando participamos da aceleração. Resolvemos participar porque é exatamente o que precisamos nesse momento – otimizar logística e vendas. Já estamos na plataforma do Mercado Livre, mas pelo que percebemos já nessa primeira semana de mentoria do programa, podemos melhorar muito. Queremos vender mais, de forma otimizada e profissional, e o programa resolve exatamente essas dores”, avalia Glinnis da Rocha, uma das sócias da Tipiti.

Foto: JOZZUU