A marca paraense de slow fashion Da Tribu lançou, no dia 10 de dezembro, uma nova coleção, a Nortear, com peças inovadoras e sustentáveis feitas em TEA (Tecido Emborrachado da Amazônia).
As novas peças, com tiragem limitada, incluem uma bolsa que se transforma em mochila e cachepôs, assinados por Reg Coimbra e Bruna Bastos, designers paraenses da Jambo Estúdio.
A coleção foi idealizada a partir das mudanças provocadas pela pandemia do coronavírus: “Nos perguntamos o que as pessoas estavam buscando para si e percebemos fortemente uma reconexão com o espaço em que se vive, com a casa, por exemplo”, afirma a diretora criativa da marca, Tainah Fagundes.
Outro ponto interessante das peças são os múltiplos usos. A mochila pode ser utilizada também como bolsa, e o cachepô, além de abrigar vasos de plantas, pode ser usado como cesto para objetos e frutas. “Nos interessou pensar nesses desdobramentos, e por isso chamamos a Reg e a Bruna para conceber o design dos produtos, bem como as estampas”, diz Tainah.
Outras parcerias da coleção incluem o coletivo Costuraê – projeto que reúne costureiras dos bairros do Guamá e Terra Firme, em Belém – e a comunidade Pedra Branca, na ilha de Cotijuba – que produziu o TEA e que é parceira da Da Tribu há mais de três anos.
A sustentabilidade das peças

A coleção Nortear surgiu de um interesse comum entre a marca e o Jambo Estúdio. “Já havia uma admiração e interesses em comum há algum tempo. Da Tribu e Jambo são tocadas por mulheres amazônidas, empreendedoras, que pensam de forma parecida e que acreditam na potência das parcerias”, diz Reg Coimbra.
Foi realizada uma pesquisa do universo da marca e seus consumidores, tendências de mercado e da área de moda para a proposição dos novos produtos com o Tecido Emborrachado da Amazônia (TEA), cujo maquinário específico foi construído com recursos do edital emergencial do Programa de Aceleração da Plataforma Parceiros pela Amazônia, lançado para ajudar empreendedores e empreendedoras em meio à crise da Covid-19. O tecido foi desenvolvido em parceria com pesquisadores da UnB (Universidade de Brasília)
As peças são confeccionadas em TEA e em lonas de caminhão reaproveitadas, com mais de dez anos de uso, representando pelo menos 1 milhão de quilômetros rodados.



“A lona foi tingida e tratada, para ser amaciada. É um momento de ressignificar e parar de produzir excessos, apostar em produtos atemporais e com mais tempo de vida útil”, defende a criadora da Da Tribu, Kátia Fagundes, sobre o conceito da coleção, que permeia também toda a trajetória da marca, com o uso constante de materiais recicláveis, matéria-prima renovável e investimento na relação com comunidades na capital paraense.
Antes do TEA, a Da Tribu desenvolveu peças com fios emborrachados com látex, em parceria com a Comunidade Pedra Branca. Agora, a expectativa é que, com o novo maquinário, a produção aumente e traga mais retorno financeiro. “Vimos que a produção é bem maior, tivemos uma demanda bem grande e isso impacta no nosso mundo financeiro dentro da comunidade”, diz Corina Magno, produtora dos fios e tecidos da Comunidade Pedra Branca.
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