A Tucum Brasil completou oito anos de atuação em agosto com o propósito de tecer redes fortes e resistentes entre os povos indígenas e a sociedade brasileira.
“São mais 300 povos que re-existem, há 521 anos, com seus saberes e tradições ancestrais cuidando da nossa morada e prestando serviços ambientais imensuráveis. A cada nova encomenda que recebemos, somos invadidos pela força que essas artes carregam. É essa força que nos inspira e motiva a seguir na resistência”, avalia Amanda Santana, sócia e diretora criativa da Tucum.
Membro da Origens Brasil® – rede que atua pela conservação da Amazônia, formada por povos indígenas, populações tradicionais, instituições de apoio e diversas outras empresas engajadas na geração de valor da floresta em pé e para os povos que vivem nela -, a Tucum se destaca pela relação direta, ética e transparente com os povos dos territórios do Rio Negro, Xingu e Solimões.
A empresa informa que contribuiu, em 2020, com a manutenção de 15.245.824 hectares de floresta em pé na Amazônia. E atuou também em sete áreas protegidas, contribuindo com a conservação de 14.077.541 hectares de floresta.
“Agradecemos a cada artista indígena que nos deu a honra de expor suas obras na nossa plataforma marketplace, e a todos que nos fazem companhia na valorização das artes indígenas do Brasil. Mais do que comercializar produtos, queremos conectar as pessoas com a rica diversidade de narrativas, tornando-as também aliadas da luta e re-existência indígena,” diz Amanda.
A Tucum participa também do Trillion Trees: Amazon Bioeconomy Challenge, desafio que busca projetos e soluções inovadoras de bioeconomia que contribuam para a conservação, preservação ou restauração da biodiversidade e das funções do ecossistema da floresta, sejam localmente ancorados e inclusivos e tragam benefícios sociais e econômicos para as comunidades locais.O desafio é promovido pelo Fórum Econômico Mundial buscando acelerar soluções baseadas na natureza em apoio à Década das Nações Unidas para a Restauração de Ecossistemas (2021-2030).
Foto: Lian Gaia veste biojoia do povo Apiaká. (@helenapcooper/divulgação Tucum)
No mês da Amazônia, o Mercado Livre e o movimento Amazônia em Casa Floresta em Pé (do qual fazem parte a AMAZ e alguns dos negócios do portfólio e/ou já acelerados) lançam a campanhaDa Amazônia para você.
O objetivo é aproximar os empreendedores amazônicos dos consumidores de todo Brasil, facilitando a compra online de produtos que contribuem para a geração de renda e para a conservação da biodiversidade brasileira.
Realizada de 03 a 12 de setembro, a iniciativa agrega mais de 30 empreendimentos que, juntos, oferecem mais de 300 produtos de gastronomia, moda e artesanato.
Com o mote ‘Da Amazônia para Você’, a campanha é um convite para os consumidores conhecerem produtos que contribuem para manter a floresta em pé, e conta com o apoio de diversas organizações que atuam com a sociobiodiversidade, como AMAZ, Idesam, Climate Ventures, Plataforma Parceiros pela Amazônia, Conexsus, Instituto Auá, Central do Cerrado e Centro de Empreendedorismo da Amazônia.
“Com o crescimento do comércio eletrônico, nunca a inclusão digital foi tão necessária e importante para garantir a geração de renda dos empreendedores. A partir do nosso poder de mobilização e conexão entre as pessoas, queremos ampliar ainda mais o acesso aos produtos da sociobiodiversidade brasileira”, destaca Laura Motta, gerente de Sustentabilidade do Mercado Livre.
“Se considerarmos que foi um ano de pandemia, é um resultado excelente. A parceria rendeu ótimos resultados para os empreendedores, o que mostra que o comércio eletrônico pode ser uma alternativa real para os desafios de comercialização e logística a partir da Amazônia”, explica Mariano Cenamo, CEO da AMAZ e diretor de Novos Negócios do Idesam.
As marcas participantes da campanha, que oferecem sabores e saberes únicos da maior floresta tropical do planeta, comercializam produtos variados como molho de tucupi, farinha de cará roxo, compota de jambu e de vitória régia, semente de Puxuri, além de artigos de moda sustentável e artesanato indígena.
“Ao incluir cada vez mais empreendimentos na nova economia, ajudamos a gerar renda para que as comunidades consigam sobreviver e se desenvolver a partir de outras atividades que não geram o desmatamento. Ao valorizar o trabalho e as culturas locais, ajudamos a manter a floresta em pé, rompendo um padrão predatório que era impulsionado também pela distância em relação ao consumidor do restante do país”, diz Floriana Breyer, da Climate Ventures, coordenadora do Lab Amazônia, que integra o movimento. “Os consumidores, de qualquer região, ganharam um papel fundamental neste arranjo, pois têm o poder de pautar o mercado, reorientar os caminhos rumo a uma bioeconomia e ajudar a manter a floresta em pé por meio do consumo dos seus produtos.”
Em setembro, a Academia Amazônia Ensina dá a largada para a estruturação e implementação do projeto Empreendedorismo Jovem Ribeirinho, voltado à capacitação de jovens empreendedores na região do Rio Negro.
O lançamento do filme O Rio Negro são as pessoas, dirigido por João Tezza Neto e Juliana Barros, é o ponto de partida da ação. E acontecerá no próximo mês, em que se comemora o dia da Amazônia.
Realizado em 2019, o documentário busca desvendar o significado de ser e crescer às margens de um rio com a força do Rio Negro, envolto em densa floresta e cercado por elementos globais da atualidade – a necessidade de partir, o desejo de voltar, a escolha por ficar, a imensidão, o tempo do rio. Histórias locais que possibilitam elementos universais para a reflexão sobre a vida humana.
A Academia Amazônia Ensina fará o lançamento em seu site, disponibilizando o acesso ao filme por meio do mecanismo ‘pague-o-quanto-acha-justo’.
A renda gerada com a exibição será convertida em ações junto a essas comunidades, buscando auxiliar no desenho e desenvolvimento das atividades comerciais já exercidas de modo mais ou menos informal, em formações voltadas ao empreendedorismo e até no desenvolvimento de novos negócios que possam gerar renda para os ribeirinhos e ribeirinhas.
O filme ficará disponível para acesso por duas semanas, de 19 a 26/09, período em que também serão realizados webinários abordando diversos aspectos da Amazônia (de 20 a 25/09).
“O filme deveria ter sido lançado antes, ou vendido para canais de comunicação, mas a pandemia mudou nossos planos e estamos felizes em poder contribuir de forma direta com as comunidades locais. Com essa iniciativa, vamos conectar pessoas no Brasil e exterior com as pessoas do Rio Negro”, avalia Maria Eugenia Tezza, coordenadora executiva da Academia Amazônia Ensina.
Expectativa pós-pandemia
A Academia Amazônia Ensina, que trabalha com expedições de imersão à Amazônia para estudantes, empreendedores, investidores e outros públicos usando a ciência e o contato com a cultura e saberes amazônicos para descortinar esse exuberante ecossistema brasileiro, teve suas atividades interrompidas pela pandemia da covid-19.
A retomada das expedições está no radar tão logo as condições sanitárias permitam a viagem e visita às comunidades do Rio Negro com segurança.
Do mesmo modo, o projeto Empreendedorismo Jovem Ribeirinho, que vai oferecer capacitação e orientação de jovens da região do entorno do Parque Nacional de Anavilhanas, estimular o protagonismo no empreendedorismo inovador sustentável, dar acesso a ferramentas e construção de planos de negócios, promover geração de renda e proporcionar oportunidades de trabalho na região.
As comunidades ribeirinhas foram também duramente afetadas pela pandemia, e a capacitação proposta pela Academia Amazônia Ensina visa contribuir para melhorar a situação
“Com a pandemia, as condições sociais e econômicas das comunidades ribeirinhas pioraram gravemente. A proposta de gerar recursos para um projeto de desenvolvimento local por meio do filme foi uma ideia que nos deixou muito felizes e motivados. É fundamental o envolvimento de toda a sociedade para vencermos o desafio de conservar a Amazônia,” diz João Tezza, diretor da Academia Amazônia Ensina.
Foto: Maringas Maciel/ divulgação Academia Amazônia Ensina
Durante o mês de julho, a Da Tribu promoveu o projeto Hevea Brasilienses, a árvore mãe e o protagonismo feminino da Pedra Branca, que promoveu duas formações na comunidade localizada na ilha de Cotijuba, na Amazônia Paraense.
Parceira da empresa no fornecimento de insumos para joias sustentáveis há quatro anos, a comunidade recebeu a capacitação de dez mulheres da ilha, em duas etapas: preservação do conhecimento amazônico vinculado ao fazer artesanal e valorização do protagonismo feminino (ministrada por Corina Magno); e formação política e organizacional do grupo produtivo – localizado em uma APA (Área de Proteção Ambiental) – por meio da abordagem de temas como organização social, articulação, força feminina, autonomia na floresta, educação ambiental e importância da reunião e segurança comunitária no contexto pós-covid 19 (ministrada por Sâmia Batista e Tereza Moreira).
Foram ofertadas aproximadamente 40 horas de formação, numa ciranda de afetos, aprendizado e partilhas viabilizada pela Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural do Governo do Estado do Pará.
“A capacitação é parte do nosso compromisso. A cada ciclo de mudança na empresa, de crescimento, as capacitações são recorrentes. Percebemos a importância de trazer cada vez mais informação, envolvimento, mobilização e engajamento da comunidade inteira. E para todos os valores, principalmente na organização do grupo e sobre a importância das visões sociais e sustentáveis para o planeta. É nosso papel quando trabalhamos com desenvolvimento de cadeias sustentáveis produtivas. O edital da Lei Aldir Blanc, que é um fundo emergencial para cadeias produtivas na área da cultura, viabilizou esse investimento”, diz Tainah Fagundes, diretora criativa da Da Tribu.
Expectativas pós-pandemia
Antes da pandemia da covid 19, a comunidade produzia em média 3 mil metros de fios emborrachados por mês para a confecção de biojoias. Com a queda brusca nas vendas, a compra de material da comunidade passou a ser espaçada a cada três meses.
Com o mercado voltando aos poucos a se aquecer, a Da Tribu direciona suas estratégias para ações B2B, remodelando o negócio com potencial de escala para o mercado de moda sustentável nacional e internacional.
O desenvolvimento do TEA (Tecido Emborrachado da Amazônia), novo insumo criado em outubro de 2020, viabilizado por edital de apoio a negócios acelerados pelo Programa de Aceleração da PPA e produzido a partir de maquinário próprio, possibilitou a mudança nas estratégias do negócio.
Além disso, a Da Tribu está montando um segundo maquinário, desta vez voltado para a produção do fio emborrachado, por meio de um financiamento com o Banco Pérola. A intenção é promover agilidade e mais qualidade ao trabalho, e ao mesmo tempo conseguir um preço mais competitivo para os produtos no mercado. Em breve, nova capacitação será oferecida à comunidade para o manuseio dessa máquina.
Toda a confecção artesanal dos insumos é feita por mulheres da Comunidade de Pedra Branca, sob a liderança de Corina Magno, terceira geração da família seringueira desse território. O grupo participou de capacitação específica para a produção do TEA também em 2020.
“Nossa expectativa de direcionamento para o B2B é grande. Estamos em negociação com várias marcas, prototipando coleções, testando material. O TEA, os fios, os biomateriais como um todo, são uma novidade, porque hoje a Da Tribu tem um biomaterial genuinamente brasileiro, com a força e o conhecimento amazônicos. Estamos olhando principalmente para o mercado europeu, que tem solicitado mostruários com frequência. Temos participado de feiras internacionais para prospecção de novos negócios. Apesar dos desafios do mercado, que está desaquecido, fechado, temos inovação. É o tempo de inovar, de reorganizar o negócio”, diz Tainah
O futuro é coletivo
O seringal da ilha de Cotijuba esteve inativo durante muito tempo, e a parceria com a Da Tribu trouxe um novo ciclo da borracha, agora envolvendo também as mulheres no processo de produção para a moda sustentável.
Durante os meses de junho e julho, a Da Tribu promoveu a exposição O Futuro é coletivo, projeto audiovisual que tece toda a história da comunidade Pedra Branca até o encontro da empresa com as famílias ribeirinhas. A jornada é contata por meio de fotografias, vídeos e textos, em ambiente 3D.Para quem não conseguiu conferir a exposição, a Mostra Sesc Lei Aldir Blanc Pará registrou uma visita guiada, que pode ser acessada aqui.
Em setembro, o tucupi produzido pela Manioca será uma das grandes estrelas da Sirha 2021, tradicional feira francesa voltada aos negócios gastronômicos. Essa é a aposta da empresa para chegar ao mercado francês e posteriormente ao europeu.
A intenção é repetir a estratégia exitosa no Brasil, de trabalhar inicialmente com chefs, cozinheiros e restaurantes para introduzir produtos e sabores amazônicos aos paladares.
A Sirha acontece de 23 a 27 de setembro na cidade de Lyon, e a Manioca será representada pela Du Brésil Au Monde, empresa fundada por dois brasileiros na França, que trabalha com outros produtos como o açaí no mercado europeu.
“Essa é a primeira feira da qual vamos participar na França depois que fechamos essa parceria de distribuição. Nossa expectativa é que seja uma introdução da Manioca no mercado francês. Participamos de outra feira lá, em 2018, presencialmente, e já sentimos que os produtos têm bastante potencial, especialmente nessa área de cozinha”, avalia Paulo Reis, sócio diretor da Manioca.
“Esse caminho de usar a cozinha, restaurantes, chefs e cozinheiros para apresentar um produto deu muito certo aqui no Brasil. É muito mais fácil para esses profissionais apresentarem um ingrediente novo para o público, especialmente se precisa de alguma adaptação que agrade ao paladar desse público. Os cozinheiros fazem isso como ninguém”, conclui
Manioca repete estratégia exitosa do Brasil
A Manioca aposta em apresentar o tucupi para os cozinheiros como um produto brasileiro, da biodiversidade, que gera impacto positivo para a Amazônia e tem um sabor sem igual.
Paulo diz que já ouviu de muitos chefs que o tucupi era a próxima fronteira do sabor, no sentido do que ainda faltava ser descoberto no mundo em termos de sabores incríveis.
“Uma coisa que impulsionou bem essa ida para a Europa, em termos de agilização e organização, foi a demanda de vários cozinheiros pelo produto. A Du Brésil Au Monde nos trouxe o pedido de uma cozinheira, e nós passamos para a empresa demandas de chefs localizados na Alemanha, Bélgica, Áustria, Inglaterra e na própria França que querem o produto, mas a Manioca não conseguia viabilizar a entrega. Agora vamos conseguir.”
A empresa também inscreveu o tucupi em um prêmio de inovação da Sirha. Selecionado na primeira etapa, agora o produto será apreciado por um júri, a partir de apresentação presencial, que será realizada pela Du Brésil Au Monde.
A Manioca já participou de uma edição da feira no Brasil, pois trata-se de um evento itinerante. Agora em Lyon, dividirá um estande com outras seis empresas (Alm Trading Company, Amazzon Gin, Bhars, Nutrilatino e Petruz Fruit), viabilizado em parte com o apoio da APEX-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
Em junho, a Na Floresta, empresa que fabrica o chocolate Na’kau, recebeu a certificação orgânica do Sistema Participativo de Garantia Maniva. Segundo Artur Coimbra, diretor da Na Floresta, trata-se da primeira certificação orgânica de uma fábrica de chocolate na Amazônia.
“A gente está entre as 15 marcas de chocolate orgânicas do Brasil, entre 200 que existem. Isso é muito legal para o nosso estado, é uma conquista. A gente pode afirmar que além da primeira fábrica de chocolate do Amazonas, a gente é a primeira fábrica de chocolate da Amazônia a ter o selo orgânico,” analisa Artur.
A empresa tem nove funcionários e se prepara para expandir sua atuação nacionalmente, com a abertura de uma filial em São Paulo até o final do ano.
Além do mercado brasileiro, o chocolate Na’kau também é vendido para os EUA e para o Japão. Com a certificação, a empresa espera ganhar escala e aumentar o número de consumidores globalmente.
Segundo Márcio Menezes, coordenador da Rede Maniva de Agroecologia (REMA), a certificação orgânica da empresa representa a vitória de quem é comprometido com a cadeia orgânica junto aos produtores rurais do Amazonas.
A certificação participativa e a Rede Maniva
A REMA é um movimento social formado por agricultores, técnicos, estudantes, consumidores e organizações com o objetivo de promover a agroecologia e a produção orgânica no estado do Amazonas.
É também o único OPAC (Organismo Participativo de Avaliação de Conformidade) da região Norte do Brasil. Uma espécie de certificadora coletiva, que conta com a participação de produtores agrícolas, técnicos e pessoas que, coletivamente, atestam que os alimentos são orgânicos.
A certificação participativa é prevista na legislação brasileira e é mais justa com os agricultores familiares, que muitas vezes não possuem recursos financeiros para remunerar uma certificação por auditoria de empresa.
É baseada em dois princípios fundamentais: o controle social – como os agricultores se organizam para verificar a propriedade um do outro e garantir que a produção é realmente orgânica – e a responsabilidade solidária – respondem juntos por irregularidades caso necessário.
Entender o que vai embutido no valor de um produto que se compra é um processo de transparência bastante desejável pelo consumidor em geral. No caso do artesanato e da arte indígenas, permite entender o quão éticas, justas e equilibradas são as relações com quem produz essa arte e esse artesanato.
E é exatamente isso o que faz a Tucum Brasil desde o mês de junho, quando lançou sua precificação transparente. A metodologia permite entender o percentual do valor do produto que vai para cada setor da complexa cadeia do artesanato indígena.
Um compromisso firmado pela empresa com associações, cooperativas, núcleos familiares, artesãs e artesãos indígenas e de comunidades tradicionais do Brasil, parceiros e apoiadores no fortalecimento da luta pela re-existência dos povos indígenas por meio do artesanato e da promoção do comércio justo.
Como funciona:
→ 40% do que se paga é relativo à mão de obra do produto, o valor que a artesã ou a iniciativa indígena que produziu o artesanato recebe
→ 7% é referente a gastos com logística, que faz o produto viajar da floresta até a Tucum
→ 20% do valor custeia despesas administrativas de funcionamento da Tucum – salários e encargos das funcionárias, aluguel, luz, internet, contabilidade
→ 16% garante as comissões da equipe de atendimento e comunicação – fotografia, vídeo, pesquisa e criação de conteúdo essenciais para valorizar os saberes e apresentar as histórias de quem cria os produtos
→ 10% do que se paga é relativo a impostos e taxas
→ 7% é destinado às despesas financeiras, como pagamento de empréstimos e reinvestimentos, parque que a Tucum amplie cada vez mais seus impactos positivos na vida de artesãos e artesãs
Radar
Todas as sextas-feiras, a Tucum lança um radar com as pautas indígenas da semana. A seção Observatório pode ser conferida semanalmente no blog da empresa.
“É um radar da cultura, das artes, das manifestações, das lutas. Um lugar onde a gente traz o que está acontecendo na semana dentro do movimento indígena, seja de que ordem for. Junho foi muito bonito, porque os indígenas passaram o mês inteiro fazendo o Levante pela Terra, contra o marco temporal e o PL 490, ” avalia Amanda Santana, sócia e diretora criativa da Tucum.
A empresa está avançando em ações de comunicação com o envolvimento do trabalho criativo dos indígenas. Recentemente foi lançado o PIOK, um impresso de artivismo que tem a intenção de apresentar sempre um artista indígena. O primeiro número aborda o contexto dos indígenas que vivem na cidade, que não têm aldeia, e traz uma ilustração de Natália Lobo Tupinambá.“Estamos mobilizando vários esforços nessa frente da comunicação para somar na luta, que é o nosso propósito. Podemos, por meio do artesanato, mas não só, subsidiar e promover também essas lutas, e dar espaço para indígenas dessa parte mais criativa. Isso começou ano passado, quando lançamos um editorial todo feito por indígenas, e seguimos buscando promover ações que tenham a participação dos criadores indígenas, artistas, músicos, enfim ”, afirma Amanda.
O Mercado Livre (MELI), líder em tecnologia para e-commerce e serviços financeiros na América Latina, iniciou em junho a capacitação dos negócios selecionados para a terceira edição do programa Empreender com Impacto.
O programa faz parte da estratégia de sustentabilidade do MELI e acontece em diversos países da América Latina desde 2019.No Brasil, a edição deste ano busca apoiar a comercialização de empreendimentos sustentáveis da Amazônia, do Cerrado e da Mata Atlântica.
Os negócios terão formações sobre como vender na plataforma do MELI, incluindo estratégia comercial, logística e marketing digital. E contarão também com benefícios e descontos no ecossistema do Mercado Livre, mentorias especializadas em comercialização e visibilidade na seção de produtos sustentáveis da plataforma.
“O fortalecimento da estratégia comercial desses empreendimentos pode alavancar os impactos positivos desses negócios, potencializando a geração de renda nos territórios, fortalecendo cadeias produtivas sustentáveis e contribuindo para conservação da biodiversidade” afirma Laura Motta, Gerente de Sustentabilidade do Mercado Livre.
A maioria dos negócios participantes são formados por comunidades tradicionais, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, dentre outras, se concentrando, principalmente, nas categorias de alimentos e bebidas, artesanato e cosméticos. Além disso, mais de 50% dos líderes desses negócios são negros, cerca de 12% são indígenas e mais da metade são mulheres.
A seleção dos negócios foi feita pela Consultoria Giral Viveiro de Projetos com apoio de parceiros como a AMAZ, Climate Ventures e o Movimento Amazônia em Casa, Floresta em Pé.
Integram o programa 90 negócios, dentre mais de 250 inscritos. Entre os selecionados, cerca de 50 têm atuação na Amazônia. Esse universo de negócios inclui startups que integram o movimento Amazônia em casa, Floresta em pé, que receberam assessoria e capacitações ao longo de 2020 e impulsionaram suas vendas na plataforma do Mercado Livre e na AmazôniaHub como estratégia de resiliência na pandemia da covid-19.
“Os negócios de impacto, sobretudo os da Amazônia, precisam de apoio para acessar o mercado e entrar de vez no mundo online, que se tornou mandatório neste período pandêmico. Ter o Mercado Livre como parceiro nesta jornada de vendas online, engajado em capacitar estes empreendedores e fortalecê-los, só tem a agregar aos negócios e aos consumidores, que estarão cada vez mais próximos de produtos gostosos, lindos e que contribuem para a conservação dos nossos biomas”, analisa Ana Carolina Bastida, responsável pela gestão de investimentos e aceleração da AMAZ.
“Tomamos conhecimento do programa Empreender com Impacto Biodiversidade + a partir de um grupo de empreendedores amazônicos que compomos desde 2019, quando participamos da aceleração. Resolvemos participar porque é exatamente o que precisamos nesse momento – otimizar logística e vendas. Já estamos na plataforma do Mercado Livre, mas pelo que percebemos já nessa primeira semana de mentoria do programa, podemos melhorar muito. Queremos vender mais, de forma otimizada e profissional, e o programa resolve exatamente essas dores”, avalia Glinnis da Rocha, uma das sócias da Tipiti.
Ao longo do mês de maio, a AMAZ e parceiros promovem webinares e lives para debater temas importantes para o ecossistema de impacto da Amazônia.
Dando continuidade à série realizada em parceria com a Revista Página 22, serão realizados mais dois webinares, mediados por Mariano Cenamo, CEO da AMAZ e diretor de novos negócios do Idesam:
Empreender na Amazônia, com participação de Denis Minev (Bemol), Ana Bastida (AMAZ). Renato Farias (ICV) e dos empreendedores Andrezza Spexoto (IOV) e Macaulay Abreu (Onisafra). Esse encontro vai debater desafios e oportunidades de empreender na região.Será realizado no dia 06 de maio, às 17h (BSB). Para acompanhar, clique aqui.
Novos mercados para negócios amazônicos, com participação de Laura Motta (Mercado Livre), Ana Bastida (AMAZ), Mariana Faro (Instituto Peabiru), Raphael Medeiros (Centro de Empreendedorismo da Amazônia) e os empreendedores Joanna Martins (Manioca) e Hermógenes Sá (Peabiru Produtos da Floresta).Será realizado no dia 13 de maio, às 17h (BSB). Para acompanhar, clique aqui.
A Manioca acaba de lançar uma versão do Tucupi, delicioso caldo do norte, que convida os brasileiros a usar o ingrediente como tempero para aves, peixes, mariscos, arroz e outros alimentos.
Um dos carros chefes da empresa, o Tucupi, já comercializado em garrafas de 1 litro, chega ao público em uma nova embalagem de 300ml, pronto para ser usado em casa. Com isso, a marca inaugura uma nova forma de aproveitar um dos mais famosos ingredientes brasileiros: tempero para o dia a dia.
Na Amazônia, o caldo é consumido como parte integrante de pratos como pato no tucupi e tacacá. Agora, a ideia é disseminar o sabor pelo país como tempero para aves, peixes, mariscos, arroz e o que a imaginação permitir.
“O tucupi é um produto incrível, 99% das pessoas que provam o caldo gostam. Tem uma aceitação muito boa e tem potencial para ser conhecido e consumido por todo o mundo. Tendo isso em vista, começamos a nos questionar sobre como fazer esse produto se tornar comum na vida dos brasileiros. Deixar de ser uma iguaria para grandes chefs e passar a ser um tempero essencial na cozinha de todo brasileiro. Assim como aconteceu com o pão de queijo, que era de Minas, e o açaí, que era do Pará, e agora ambos são considerados produtos brasileiros”, define Joanna Martins, CEO da Manioca.
A empresa também lançou recentemente a linha Sementes, que oferece cumaru, nibs de cacau, castanha e, em breve, puxuri. E começou a comercializar seus produtos em Portugal.
O ano de 2020 foi dedicado a entender melhor o negócio e caminhos possíveis. Buscando compreender o olhar do consumidor, a empresa percebeu o desejo de praticidade e de alimentos naturais. Assim, surgiu a diretriz de deixar os produtos da Amazônia mais acessíveis e simples, e ao mesmo tempo manter a valorização do sabor. Soluções que sejam saborosas, que não façam mal à saúde e que sejam práticas, tudo isso utilizando e valorizando os ingredientes da maior biodiversidade do planeta. Essa orientação está presente nos novos produtos que serão lançados ao longo deste ano.