A conhecida frase “se a vida te der limões, faça uma limonada” nunca fez tanto sentido para a Maneje Bem, startup acelerada em 2020 pelo Programa de Aceleração e Investimento de Impacto da PPA.
Com o isolamento social imposto pela pandemia da covid-19, a empresa investiu em tecnologia para continuar oferecendo sua solução ao mercado, o que trouxe ampliação do número de clientes e economia de recursos com a digitalização das visitas em campo.
A Maneje Bem tem como objetivo principal a estruturação de sistemas agrícolas produtivos, com foco na indústria. Por meio de uma plataforma, acessível via web e aplicativo, realiza a captação de dados do campo favorecendo o planejamento de ações e acompanhamento de impactos relacionados à sustentabilidade.
“Fazemos isso para que a indústria tenha responsabilidade socioambiental junto aos pequenos produtores, garantindo para eles renda e qualidade de vida”, define Caroline Luiz Pimenta, umas das fundadoras da empresa.
O trabalho se dá em três pilares: diagnóstico, inserção da tecnologia do aplicativo no dia a dia do agricultor e treinamento. Antes da pandemia, diagnóstico e treinamento eram realizados presencialmente. Em 2020, migraram para o online, e os resultados surpreenderam Caroline.
“Tivemos benefícios gigantescos. O engajamento dos produtores foi altíssimo, e conseguimos reduzir gastos e ter os mesmos resultados. As visitas presenciais passaram a ser pontuais, e feitas de forma mais inteligente. Reestruturamos nossa metodologia, ganhamos agilidade no processo de diagnóstico e ainda conseguimos mostrar para os nossos clientes a importância da transformação digital. ”
O número de clientes da Maneje Bem mais do que dobrou em quantidade de projetos. A equipe foi ampliada, como também os parceiros.
Amazônia

Selecionada para participar do Programa de Aceleração e Investimento de Impacto da PPA em 2020, a Maneje Bem não está sediada na Amazônia, mas se preparava para constituir CNPJ na região, uma das exigências da Chamada de Negócios do Programa para startups que traziam soluções para a Amazônia, embora não estivessem fisicamente sediadas ali. No entanto, com a chegada da pandemia, esse passo teve que ser suspenso temporariamente.
Para Caroline, a possibilidade de ser acelerada pelo Programa e de trabalhar junto ao Idesam, com a cadeia produtiva do guaraná na Amazônia, foram grandes oportunidades em 2020. “Começamos agora em 2021 um processo de levantamento de indicadores, que poderão ser acompanhados durante esse processo de transformação digital. Conhecemos o sistema produtivo do guaraná e vamos trabalhar junto com a Aliança Guaraná de Maués, a Ambev, o Idesam e outros parceiros que estão envolvidos também nesse processo. ”
Caroline diz que a participação no Programa de Aceleração, por meio da jornada digital desenvolvida especialmente para atender aos empreendedores durante a pandemia, levou à empresa conhecimento que foi aplicado diretamente ao negócio, em áreas como definição de indicadores de impacto, mensuração e posicionamento de marca.
Além disso, ela destaca a importância da conexão com os empreendedores e o ecossistema de impacto da Amazônia para ter um melhor entendimento da região e possibilitar o desenvolvimento do trabalho com a cadeia do guaraná em Maués.
Futuro



Os planos para 2021 são amplos, e se iniciam pela reestruturação da equipe e otimização de processos a partir do aprendizado de 2020.
Outra novidade é a estruturação de um setor comercial ativo, que antes não existia na Maneje Bem. O negócio estabeleceu metas de venda e implementação de projetos para 2021.
“Nosso objetivo central é ser referência no processo de transformação digital no campo para o desenvolvimento sustentável de comunidades rurais. Estamos colocando em prática todo o aprendizado que tivemos ao longo dos anos para alcançar esse objetivo o mais rapidamente possível, ” diz Caroline.
Hoje a Maneje Bem tem projetos estruturados em 13 municípios do Maranhão e inicia expansão para os estados do Piauí e Pernambuco, com a cadeia da mandioca. Além do guaraná em Maués, a startup tem projetos aprovados junto à cadeia de cacau no sul da Bahia, um deles com a empresa de chocolates Dengo. Em parceria com a Embrapa, desenvolve também um módulo para a cadeia produtiva de suínos e aves para o estado de Santa Catarina.
Além de tudo isso, a Maneje Bem, em parceria com outras organizações, elabora um projeto para atuação junto a comunidades indígenas em Rondônia e no Mato Grosso. A partir de um diagnóstico, o projeto visa desenvolver as comunidades indígenas, buscando ampliar sua produção com finalidade de comercialização.
“Hoje eles produzem para subsistência, e nossa ideia é que eles consigam produzir mais e tenham conexão com a indústria. E para isso vamos usar muita tecnologia, inclusive advinda de outros países como, por exemplo, Israel. O objetivo do projeto é conter o desmatamento e suas respectivas emissões de Gases de Efeito Estufa em áreas indígenas, ampliando o acesso a serviços sociais, infraestrutura econômica e serviços e apoio às atividades produtivas, diz Caroline.
“Vamos ajudar na melhoria das técnicas, tanto para conservação da floresta quanto para extrair o melhor retorno econômico para eles, otimizando o potencial produtivo que eles já têm. ”
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